“Jesus fixou seu olhar sobre ele e o amou” (Mc 10,21).
O olhar de Jesus sobre o jovem rico queria dizer: “Eu o amo, me preocupo com você, cuido de você, eu lhe perdoo. Sei de tudo envolvo agora com meu olhar aquilo de que precisa, por isso o e meu coração.
Deixe o afā do mundo. Venha comigo. Creia, eu assim mesmo o jovem não acreditou no olhar de Jesus.
A linguagem do amor é frágil: a pessoa que diz “eu o amo se torna muito vulnerável, porque abre o seu coração para entregar o tesouro de sua intimidade e, assim, se compromete com o outro. Jesus quer dar o tesouro da vida eterna, o compromisso de amor que quer selar conosco.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, ea Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17,3).
Mas, mesmo assim, o jovem não acreditou no olhar de Jesus. Em cada vida há um instante no qual Jesus fixa o olhar e diz a pessoa: Eu o amo, venha comigo para o Reino que o Pai nos deu. Foi assim com o rico, é assim com cada um de nós, cheios das riquezas do mundo e de nós mesmos.
“Vai, vende tudo 0 que tens e dá aos pobres e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me” (Mc 10,21).
Vemos assim quanto ainda somos seduzidos pelas idéias de possuir coisas, de ter vantagens, em tanta desorientação pelas preocupações do mundo.
O jovem rico ficou triste, mas preteriu ticar na tristeza e não acreditou no olhar de Jesus. Nos também ficamos tristes porque ao buscarmos no mundo todas as formas de compensações nos frustramos.
Mas ao buscarmos o olhar de Jesus, e sentirmos o transbordamento de seu Coração por nos, há uma transformação.
Em nosso entendimento. Porque cremos. Pouco a pouco começamos a conhecer quem nos ama. E, porque cremos nele, sentimos seu Amor, e Jesus nos ensina a amar.
O mundo não conhece Amor. Jesus atrai o nosso olhar, somos verdadeiramente seduzidos pelo Senhor. E nosso olhar se desvia do mundo.
A consciência do mundo nos prende a nós mesmos e aos outros em função de nossos interesses. Jesus veio para fazer esta mudança de consciência.
Não precisamos provar mais nada, nem das fraquezas, nem do próprio coração onde estão enraizados os males que não queremos ver.
Jesus muda nossas raízes para outra terra. Terra Santa, herança adquirida por seu Precioso Sangue no Reino do Pai.
Assim, porque não há mais nada a defender, nada mais meu, nada que me prenda ao meu “eu”, perco a agressividade.
Não preciso mais lutar porque acredito no Amor de Jesus e sei que sou amada. Mesmo que ainda haja dentro de mim ódio, busca de glória, querer possuir, pouco importa agora sou perdoada, estou nas māos do Pai. Não possuo nada, mas tenho tudo!
Jesus me defende. Tenho um outro defensor que me tira o medo dos outros: o Espírito Santo. Não preciso mais me defender diante dos que me acusam Assim, adquirimos uma consciência nova, onde não há medo, porque temos a liberdade dos filhos de Deus e nesta liberdade que podemos olhar nos olhos dos outros e dizer: “Eu o amo”. “Como o Pai me amou, também eu vos amei
Isto vos mando, que vos ameis uns aos outros” (Jo 15,9 e 17).
O olhar de Jesus-Amor nos dá condições de amar. O olhar de Jesus nos faz portadores de seu Amor. Porque fomos perdoados, podemos perdoar.
Tudo nos foi dado, por isso podemos dar tudo.
Eu sou amada e livre. Esta liberdade de coração reflete o olhar de Jesus; e, mesmo chegando a bem-aventurança da perseguição, posso dizer a meu irmão *”Eu o amo” e ter o coração batendo de agradecimento na mão do Pai.
Ao acolhero olhar de Jesus, acolhemos também o amor infinito da Trindade Santíssima, num movimento circular de eternidade. Neste colóquio de Amor, o Espírito ora em nós.
O Pai envia seu Espírito como a Jesus nas águas do Jordão. Mergulhados nós também nesta água Viva, podemos ouvi-Lo dizer “Este é meu filho muito amado.
Jesus continua fixando o seu olhar nos homens do mundo. Mas muitos não acreditam ainda no olhar de Jesus.